Por ser o principal transmissor da dengue no Brasil, o Aedes aegypti é conhecido pela maioria das pessoas como o mosquito da dengue, aquele com listrinhas brancas. No entanto, outras espécies bastante comuns no país podem gerar confusão na hora da identificação.
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Pelo clima quente e pela boa quantidade de chuvas ao longo do ano, o Brasil é um excelente habitat para as mais diversas espécies de mosquito — é curioso lembrar que o Aedes aegypti nem surgiu por aqui, mas veio da África para cá há muitos anos e se adaptou perfeitamente.
A seguir, aprenda a diferenciar espécies parecidas com a do mosquito da dengue.
Diferenças entre os mosquitos
Quando o assunto são mosquitos que transmitem (ou não) doenças, vale pensarmos em três principais gêneros: Aedes, Culex e Anopheles.
Quem os observa com desatenção pode até confundir esses grupos de insetos, mas as diferenças são inúmeras como veremos a seguir:
Mosquitos do gênero Culex
Popularmente, são conhecidos como pernilongos, como o Culex quinquefasciatus. É a famosa espécie que tem aquele zumbido característico, e deixa marcas avermelhadas na pele que coçam após a picada.
“Os mosquitos do gênero Culex geralmente carecem de listras em seus corpos e pernas”, o que é bem diferente do mosquito da dengue, como explica Lizandra Guidi Magalhães Caldas, biomédica e professora da Universidade de Franca (Unifran), para o Canaltech.
Além disso, “o Culex tem coloração marrom e emite aquele som [de zumbido à noite] que já conhecemos”, acrescenta Alexandre Piva, médico infectologista e professor da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid).
Mosquitos do gênero Anopheles
“Os mosquitos do gênero Anopheles podem exibir manchas em vez de listras, geralmente menos contrastantes do que as dos Aedes”, explica Caldas.
Incluindo o Anopheles darlingi e o Anopheles albimanus, este grupo é conhecido por transmitir a malária, doença causada pelo parasita do gênero Plasmodium. São mais comuns na região Amazônica.
Mosquitos do gênero Aedes
“Os mosquitos do gênero Aedes geralmente apresentam listras brancas e pretas em seus corpos e pernas”, conta Caldas. No entanto, está enganado quem pensa que apenas o Aedes aegypti é capaz de transmitir a dengue e outras doenças (como a zika e a chikungunya). Também encontrado no Brasil, o mosquito-tigre-asiático (Aedes albopictus) pode ser um vetor da dengue.
Para diferenciar um mosquito Aedes dos dois outros gêneros, vale analisar o comportamento do inseto voador. Na maioria das vezes, as espécies do gênero Aedes voam baixo e têm hábitos mais diurnos. A observação é mais comum nas primeiras horas da manhã e no final da tarde.
Aedes aegypti ou Aedes albopictus?
O Aedes aegypti e o Aedes albopictus compartilham semelhanças morfológicas básicas, como a coloração preta e branca em seus corpos e pernas listradas. No entanto, têm diferenças que ajudam um observador na hora da diferenciação.
“O Aedes aegypti geralmente apresenta um padrão de listras brancas mais distintivo nas pernas e uma marca branca em formato de ‘lira’ ou ‘harpa’ no dorso do tórax, caracterizada por duas linhas retas no centro e duas linhas curvas na periferia”, detalha a biomédica Caldas.
Por outro lado, “o Aedes albopictus é normalmente maior e possui um padrão de listras brancas menos pronunciado nas pernas, além de apresentar uma única linha branca reta no centro do dorso do tórax”.
Se ainda ficou com dúvidas, veja César Favacho, biólogo e membro do Grupo de Estudo de Artrópodes da Amazônia (Geaa), mostrando as diferença entre as duas espécies do gênero Aedes encontradas no Brasil: