A possibilidade de minerar bitcoin pelo celular é uma opção muito atrativa para quem procura entrar nesse segmento das criptomoedas sem sair de casa ou gastar com muitos dispositivos. No entanto, a escolha ainda esbarra em muitos obstáculos que envolvem ferramentas usadas e resultados obtidos.
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Como funciona a mineração de Bitcoin
Primeiramente, é importante entender como funciona o processo chamado de mineração de criptomoedas. No sistema Proof of Work, mais comum entre Bitcoin e outras concorrentes, isso significa resolver uma série de problemas matemáticos em pouco tempo para receber uma recompensa em moedas.
A mineração exige capacidade de processamento de hardware, conexão com a internet e alto gasto de energia. Portanto é comum que existam “fazendas de mineração” com muitos computadores conectados ou dispositivos criados para a função de resolver as equações matemáticas.
É possível minerar bitcoin e outras criptomoedas pelo celular?
Teoricamente, sim, mas existem muitas ressalvas. Primeiro: o celular não tem a capacidade de processamento das máquinas utilizadas para mineração, ou seja, trará resultados muito menores do que a média gerada por outros métodos.
Além disso, o processo de mineração pode causar danos ao aparelho, pois demanda consumo de bateria e da CPU. Como resultado, pode torná-lo mais lento durante o uso, reduzir a vida útil e prejudicar a experiência com outros apps, caso você faça isso com o celular pessoal.
Muitas plataformas que trabalham com a mineração não consideram o smartphone como uma opção viável, pois até mesmo um único computador pode ter um rendimento muito baixo. O site especializado no segmento NiceHash possui uma calculadora que permite receber uma estimativa de quanto um PC pode gerar.
Na simulação, um computador com processador Intel CPU i9-9980XE é capaz de gerar um lucro de US$ 0,54 por dia, sem considerar gastos com energia elétrica. Para efeito de comparação, a plataforma não permite fazer um cálculo do tipo para modelos de celular.
Quais os riscos desse processo?
Deixando o hardware de lado, também existem preocupações com relação ao software usado. Não existem aplicativos oficiais para esse processo e muitos mineradores no Android são encontrados somente por APK — em alguns produtos listados no Google Play Store, é comum ver relatos de que o app não funciona ou se trata de um golpe.
Como a instalação de um APK não passa por alguns filtros da loja de apps do Google, você pode correr o risco de instalar o malware e expor os dados do aparelho.
Com relação aos golpes, é comum encontrar aplicativos que pedem a instalação de outros programas para continuar o processo, mas não exibem nenhum resultado posteriormente. Outra situação comum envolve apps que estabelecem um valor mínimo para saque e não enviam o dinheiro.
Por fim, existem casos de ferramentas que não usam o Bitcoin, e sim criptomoedas que não estão compatíveis com muitas carteiras do mercado. Caso você queira entrar nesse ramo, é necessário fazer muitas pesquisas sobre as ferramentas e as experiências de usuários.
Existem formas de ganhar criptomoedas pelo celular?
É possível acumular criptomoedas pelo celular de outras formas. Um exemplo é a mineração em nuvem: resumidamente, você faz um orçamento para que uma empresa terceirizada use equipamentos próprios para obter bitcoins e repassar uma parte do valor.
A ECOS é uma empresa desse segmento, com aplicativos para Android e iOS. Nesse caso, a pessoa precisa fazer um contrato que determina o investimento inicial (a partir de US$ 150) e os possíveis ganhos.
Outro exemplo está nos jogos Play-to-earn, com alguns títulos disponíveis para celulares. Esses games não envolvem a mineração diretamente, mas permitem acumular criptomoedas com o tempo após um investimento inicial em tokens.